terça-feira, 30 de março de 2010
Refer garante que a intervenção termina no final de Junho
Primeiro foram as viagens com término na estação B, já lá vão dois meses. Agora, são as obras nas linhas. Os utentes não poupam nas críticas.
Quer se ande de comboio, quer de autocarro ou avião, pede-se comodidade. Melhor, de preferência nada de mudanças de um lado para o outro. Os utentes não gostam, sobretudo quando os anos já pesam nas pernas.
Desde o início do ano, que mudar de comboio na Estação de Coimbra-B, para ir até ao centro da cidade, é obrigatório. Primeira crítica dos utilizadores. Depois, vieram as obras e eis mais confusão, segunda crítica.
O encerramento das linhas centrais na estação para obras de beneficiação não está a ser bem recebido. A explicação é simples: para apanhar a ligação até Coimbra cidade é preciso atravessar a estação de uma ponta à outra. E muitas vezes lá se perde o comboio, apesar de as ligações serem frequentes.
São as corridas à pressa para apanhar a ligação a tempo. São as pessoas de idade com dificuldade em andar a queixar-se. São as pessoas carregadas de compras que não têm mãos a medir.
Entretanto, muitas das críticas estão já na internet. Chama-se Coimbra Central - http://coimbracentral.blogspot.com/- e é um site que reúne um conjunto de pessoas que não está satisfeito com o andamento dos trabalhos na Estação de Coimbra-B.
Contudo, as obras já têm prazo definido para acabarem. Segundo o Gabinete de Comunicação e Imagem da REFER, as obras em curso na Estação de Coimbra B deverão estar concluídas no final do 1.º semestre deste ano. A REFER já tinha anunciado anteriormente uma intervenção em Coimbra-B, a rondar os 1,5 milhões de euros.
Nova estação
Já falta pouco. Até Junho as vias ascendente e descendente vão ficar reabilitadas. Mais. Outro dos objectivos da REFER é a melhoria das condições de acessibilidade e drenagem da plataforma ferroviária.
Era quase inevitável. Muitos estavam à espera, mas a novidade não agradou. O adiamento do TGV coloca a nova estação ferroviária em stand-by.
Já imaginou uma gare intermodal, bem como a requalificação da zona ribeirinha construída cerca de 500 metros a norte da actual? Uma estação de confluência dos comboios de alta-velocidade, do futuro metropolitano do Mondego e do transporte ferroviário convencional, bem como com os transportes colectivos rodoviários?
Durante dois anos, o projecto da estação - uma responsabilidade da RAVE – bem como o plano de urbanização da estrutura envolvente bem pode esperar.
Mas não são só as obras da nova estação que estão paradas. As passagens superiores de Taveiro e Ribeira de Frades estão terminadas. Porém, mais de um mês depois do término dos trabalhos - e depois de já terem sido avançadas datas para a inauguração - nada de carros a passar ou de pessoas.
A colocação ao serviço das passagens superiores de Taveiro e Ribeira de Frade, garante o Gabinete de Comunicação e Imagem da REFER, “está a ser articulada” com a Câmara Municipal de Coimbra.
Diário As Beiras
quarta-feira, 24 de março de 2010
Utentes da CP exigem comboios
Ocupação das linhas secundárias de Coimbra-B por comboios de longo
curso está a provocar atrasos nas viagens urbanas e regionais
Desde que os comboios regionais e urbanos de Coimbra passaram a ter término em Coimbra-B (já lá vão quase dois meses), sucedem-se as críticas dos utentes, agravadas com o encerramento das linhas centrais nesta estação para obras de beneficiação.
Com os comboios de longo curso a ocupar as linhas secundárias, «diminuindo a capacidade de manobra dos comboios regionais», nas últimas semanas aumentam as queixas pelos atrasos e «pela falta de espaço nas gares para os passageiros», denuncia um grupo de utilizadores do comboio, através do blog Coimbra Central, exigindo «o regresso do términus à estação central» das habituais viagens suburbanas, inter-regionais e regionais.
Tendo como base um esclarecimento da CP, datado de 19 de Fevereiro, que explica que as alterações introduzidas a 13 de Dezembro «resultam de obras de modernização da estação de Coimbra, para a implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego», os utentes consideram que todos teriam a ganhar com as viagens directas até à Estação Nova, uma vez que aí «as obras estão atrasadas». Esta alteração de recurso, defendem, deveria vigorar, pelo menos, enquanto decorrem os trabalhos de beneficiação em curso na Estação Velha – reabilitação das vias ascendente e descendente, melhoria das condições de drenagem da plataforma e operação -, que, segundo a Refer, decorrerão até ao final do primeiro semestre.
Caso as reclamações não sejam atendidas pela CP e a Refer, os utentes indicam que vão avançar com a realização de um abaixo-assinado para que os comboios voltem a fazer viagens directas até à estação central, sem necessidade de transbordo.
Com o fim das viagens directas até ao centro da cidade, as ligações são asseguradas em comboios regulares, com a CP a indicar o aumento do «número de lugares oferecidos por composição e dos horários, aumentando e cadenciando a quantidade de circulações ao longo do dia com incidência nas horas de maior movimento».
Recorde-se que, quando a CP suprimiu as ligações entre as duas estações, a 13 de Dezembro, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação, adiantou que se tratava de uma decisão que «toca as raias do inadmissível», prejudicando dezenas de utentes que se deslocam das localidades periféricas.
O Diário de Coimbra contactou a CP e a Refer para obter mais esclarecimentos, nomeadamente se está equacionada a possibilidade de voltar a haver, ainda que provisoriamente, viagens directas até à Estação Nova, no entanto, não obteve resposta.
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6706&Itemid=135