quarta-feira, 24 de março de 2010

Utentes da CP exigem comboios

Ocupação das linhas secundárias de Coimbra-B por comboios de longo
curso está a provocar atrasos nas viagens urbanas e regionais

Desde que os comboios regionais e urbanos de Coimbra passaram a ter término em Coimbra-B (já lá vão quase dois meses), sucedem-se as críticas dos utentes, agravadas com o encerramento das linhas centrais nesta estação para obras de beneficiação.

Com os comboios de longo curso a ocupar as linhas secundárias, «diminuindo a capacidade de manobra dos comboios regionais», nas últimas semanas aumentam as queixas pelos atrasos e «pela falta de espaço nas gares para os passageiros», denuncia um grupo de utilizadores do comboio, através do blog Coimbra Central, exigindo «o regresso do términus à estação central» das habituais viagens suburbanas, inter-regionais e regionais.

Tendo como base um esclarecimento da CP, datado de 19 de Fevereiro, que explica que as alterações introduzidas a 13 de Dezembro «resultam de obras de modernização da estação de Coimbra, para a implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego», os utentes consideram que todos teriam a ganhar com as viagens directas até à Estação Nova, uma vez que aí «as obras estão atrasadas». Esta alteração de recurso, defendem, deveria vigorar, pelo menos, enquanto decorrem os trabalhos de beneficiação em curso na Estação Velha – reabilitação das vias ascendente e descendente, melhoria das condições de drenagem da plataforma e operação -, que, segundo a Refer, decorrerão até ao final do primeiro semestre.

Caso as reclamações não sejam atendidas pela CP e a Refer, os utentes indicam que vão avançar com a realização de um abaixo-assinado para que os comboios voltem a fazer viagens directas até à estação central, sem necessidade de transbordo.

Com o fim das viagens directas até ao centro da cidade, as ligações são asseguradas em comboios regulares, com a CP a indicar o aumento do «número de lugares oferecidos por composição e dos horários, aumentando e cadenciando a quantidade de circulações ao longo do dia com incidência nas horas de maior movimento».

Recorde-se que, quando a CP suprimiu as ligações entre as duas estações, a 13 de Dezembro, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação, adiantou que se tratava de uma decisão que «toca as raias do inadmissível», prejudicando dezenas de utentes que se deslocam das localidades periféricas.

O Diário de Coimbra contactou a CP e a Refer para obter mais esclarecimentos, nomeadamente se está equacionada a possibilidade de voltar a haver, ainda que provisoriamente, viagens directas até à Estação Nova, no entanto, não obteve resposta.

http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6706&Itemid=135

1 comentário:

  1. Infelizmente é sempre isto quando toca a Coimbra. Depois não se percebe como é que um responsável da estação me disse (no passado dia 20) que as obras iam durar um mês!!! Outro aspecto tem a ver com esta situação: já repararam na volta que tem de dar quem tiver necessidade de ir ao wc e estiver na plataforma do meio sujeitando-se a perder o comboio? Nem sequer isto a Refer teve em conta! E esta situação (tal como aquela de não se poder passar de uma plataforma para outra sempre que passa um comboio) nunca ocorreria se, como advogo há larguíssimos anos, houvesse uma passagem desnivelada de uma plataforma para outra, coisa que nem a CP antes nem a Refer depois se preocuparam nunca em fazer!
    Acresce a tudo isto que aquela estação nunca teve condições mínimas de utilização para os utentes (só 2 ex.: o wc foi durante largos anos uma enxovia onde nem se entrava devido ao cheiro nauseabundo e quem quiser ter informações sobre os comboios, através dos ecrans, e esteja na plataforma do meio não tem direito a tal!)! Ou seja, tanto a CP como a Refer sempre se borrifaram para a Estação de Coimbra-B e, em certa medida, para a A também! E nisto tudo também existe culpa, e muita, da CMC (apesar das declarações públicas de indignação que não chegam de todo)que nunca exigiu de forma firme, como era sua obrigação, uma estação moderna e com condições para os utentes e funcionários. Aliás esta justificação de adiarem a construção da nova estação porque se adiou a RAV é fracota. Porque não consigo perceber porque é que a estação não é feita deixando já preparados os canais necessários à RAV! E era isto que a CMC devia ter exigido logo na altura! Mas junte-se tudo isto ao cancelamento das idas a Coimbra-A e verificar-se-á que tanto a Refer como a CP fazem "gato-sapato" desta cidade com a, mais que surpreendente, conivência da CMC!

    ResponderEliminar