Caros Utentes:
Na segunda-feira passada (dia 14 de Setembro) assistiu-se à introdução dos novos horários de Inverno num dia laboral. Um verdadeiro espectáculo terceiro-mundista aquele que sucedeu na estação de Coimbra-B. Um membro do nosso blogue viajou num dos comboios que diariamente vão para Coimbra (ou que iam), e foi possível documentar in loco o sucedido. Apesar da grande disponibilidade por parte dos funcionários da CP em avisar as pessoas à cerca do transbordo, assistiu-se a rios de gente pelas diversas gares da antiquada estação, inclusivé gente galgando as vias, com a finalidade de chegarem mais rápido ao único comboio que fazia a ligação ao centro da cidade.
A existência de uma única composição a efectuar as ligações complicoa, e bem, a vida dos milhares que todos os dias vão para Coimbra. Isso causa transtornos vários às pessoas, já que para efectuar o transbordo, é necessário sair das velhas composições regionais da CP, (imaginar centenas de pessoas a evacuar através de somente cinco portas). É preciso também atingir uma das portas da composição que faz a ligação, o que no meio de uma multidão comprimida na mini-gare da linha 4 de Coimbra-B, é uma verdadeira aventura. Depois novamente a história das cinco portas para entrar, e novamente para sair, já na estação central.
(Convidamos os senhores políticos e altos dirigentes a efectuar umas destas viagens, um dia que tenham disponibilidade.)
Na hora de ponta estas situações causam um aumento médio de 10 minutos(pelo menos) nas viagens, e um transbordo extra, isto para quem consegue entrar na primeira ligação ao seu comboio de origem, porque quem for obrigado a esperar pelo próximo transbordo sairá mais lesado. Fora da hora de ponta o problema apresenta-se ainda mais bicudo, uma vez que chegam a existir tempos de espera de 20 minutos.
Perante esta situação, resolvemos alertar a comunicação social, a Metro Mondego, a CP, a câmara municipal de Coimbra, e a Refer. Decidimos também esperar até ao final desta semana por respostas, e das entidades a quem o assunto diz respeito mais directamente, ou seja, Refer, CP e Metro Mondego, só a Metro Mondego nos respondeu, facto que desde já agradecemos. A resposta foi a seguinte:
"Exmos Srs. Acusamos a recepção do vosso mail.Como é do vosso conhecimento a CP ainda é o operador entre Coimbra-B e Coimbra-A, pelo que a Metro Mondego é alheia às alterações introduzidas no serviço.Pelo que temos conhecimento esta alteração prende-se com a necessidade e efectuar intervenções na infra-estrutura da Linha 1 e 2 de Coimbra B pelo que reduz a capacidade desta estação paar fazer os serviços a Coimbra A sendo assim necessário efectuar o transbordo para uma composição que faz exclusivamente este serviço (I/V)
Relativamente à questão que coloca sobre a capacidade do Sistema de Mobilidade do Mondego em oferecer um serviço de qualidade neste troço, informo que o o plano de exploração deste novo modo de transporte, o tram-train, prevê para o início da operação da 1ª fase (Linha da Lousã) uma frequência de 10m para esta ligação em comboios com características suburbanas e por isso com capacidade para o transporte de um nº de passageiros semelhante ao do coomboio regional. Após a operação da 2ª linha (a Linha Hospital, a frequência dõs veículos será de 5m, ou seja 12 veículos por hora.
Sendo o vosso blogue constituído por utentes do modo ferroviário, contamos com a vossa colaboração para a divulgação dos desenvolvimentos do Sistema de Mobilidade do Mondego, um novo modo ferroviário ligeiro que vai operar na região. Sigam o nosso projecto em
www.meetromondego.pt e subscrevam a nossa newsletter.
Com os nossos melhores cumprimentosAlexandra QuaresmaDepartamento Comunicação e Marketing"
Respondendo com uma espécie de comentário ao e-mail, temos a dizer o seguinte:
1º A CP é realmente a entidade que presta o serviço, e como entidade que presta o serviço, esperávamos a clarificação da situação por parte da CP, e não por parte da Metro. É vergonhosa a atenção prestada pela CP aos seus clientes, demonstrando para além de uma falta de capacidade de gestão de serviços, uma falta de respeito para com os seus clientes.
2º A razão que motivou este sistema vaivém existente entre Coimbra e Coimbra-B, tem a ver com a conversão do edifício da estação de Coimbra para o sistema do metro ligeiro de superfície. Ou seja, para facilitar a intervenção da Refer no edifício, procedeu-se a esta solução da diminuição dos comboios, e consequente diminuição de actividade da estação. Mas apesar de ser a Refer a responsável pela intervenção, a obra faz parte do projecto da Metro Mondego. Dado isto, achamos de muita má fé a Metro estar a sacudir a água do capote, e como de pequenino se torce o pepino, cremos que a Metro Mondego está já a aprender o método que a CP, a sua antecessora, usa para com os clientes: a MENTIRA!
3º Em relação às obras de beneficiação das linhas 1 e 2 de Coimbra-B, informamos os senhores utentes (sendo que a Metro Mondego estará já, certamente, devidamente informada), que o projecto nada tem que ver com este sistema vaivém introduzido pela CP. Esta obra já estava prevista há bem mais de um ano, e como estamos em Portugal, só agora se iniciou. Os senhores utentes poderam consultar o site
www.refer.pt, e notar que desde Abril de 2008 que não há qualquer alusão a esta obra de beneficiação, o que prova que já estava previsto muito antes de Abril de 2008.
4º Supondo que o motivo era mesmo este, quem é que no seu perfeito juízo apinhava ainda mais a estação de Coimbra-B, com o objectivo de proceder a intervenções? Manda a lógica que, se queremos efectuar uma intervenção numa dada estação, arranjemos soluções que desobstruam a estação, e não que a obstruam ainda mais! Foi precisamente isso que fizeram na estação de Coimbra, com a intenção de intervirem no edifício. A questão da beneficiação de Coimbra-B é apenas mais um "bónus"(entenda-se a ironia) para os passageiros, fruto do péssimo planeamento, e da péssima articulação entre a Refer e a CP. Perante isto, esta desculpa não pega, arranjem outra se faz favor! ( De preferência que seja a CP).
5º A metro Mondego pode contar connosco para divulgar o sistema do metro de superfície, mas apenas como suplemento ao comboio, e não como seu substituto. Esta questão, e outras, como a lotação de 100 lugares sentados que uma composição de tram-train possui, contra os quase 300 que uma composição regional possui, serão abordadas mais profundamente no futuro por parte da nossa quipa. (Vão estando atentos!)
Voltando ainda ao tema dos transbordos, é vital que as pessoas protestem, façam-no, seja através dos folhetos de reclamações (que se pedem nas bilheteiras e aos revisores), seja através do e-mail da CP (
webmaster@cp.pt). O importante é fazê-lo, porque sem a colaboração dos utentes será difícil que as coisas mudem para melhor.
Coimbra Central,
18 de Dezembro de 2009